Há um ano, este site era lançado. Nesse primeiro aniversário, comemoro os objetivos atingidos nesse projeto: escrever e publicar textos, com qualidade e regularidade, para serem lidos por qualquer pessoa que se interesse por eles, no presente e/ou no futuro. Em um ano, o blog recebeu setenta postagens de minha autoria e relacionadas a gêneros textuais diversificados: artigos acadêmicos, artigos de opinião, contação de história, contos, crônicas, dissertação de mestrado, entrevistas, ensaios e estudos críticos literários, nota biográfica, reportagens, resenhas, textos de apresentação.
No final de 2020, decidi iniciar uma nova etapa de vida ao projetar uma carreira como escritor. Era um sonho antigo e, à época, com quase 53 anos, reconheci que chegara o momento de me dedicar a ser escritor. O ano passado (2021) e o início deste ano foram repletos de boas realizações e bons frutos: a publicação de meu primeiro livro individual, a participação em três coletâneas de contos, o lançamento de meu livro em participação na Feira do Livro de minha cidade, os espaços para publicação em veículos de imprensa locais e tudo o que foi produzido para este site. Enfim, o escritor em formação afirmou-se como escritor em ação.
Meu site foi criado para divulgação dessas novas experiências de vida como escritor e tem cumprido esse propósito.
A quantidade de seguidoras e seguidores ainda é pequena. Todavia, um resultado surpreendente, observável pelos recursos de métrica disponíveis, é o expressivo número de acesso aos textos por leitoras e leitores desconhecidos, através de sites de busca (principalmente, pelo Google), do Facebook e do próprio WordPress. O site é acessado, predominantemente, por brasileiras e brasileiros, mas os dados estatísticos revelam, também, um número considerável de leitoras e leitores que vivem nos Estados Unidos e em Portugal.
Entre as postagens realizadas neste primeiro ano, um texto atingiu um alcance que me impressionou e me alegrou muito em relação à quantidade de acessos e visualizações. O artigo “Diferença bíblica entre alma vivente e espírito vivificado”, originalmente publicado em suporte impresso, numa edição de janeiro de 2011 do jornal VS, e republicado, aqui no site, no dia 13 de abril de 2021, teve, até ontem, 1587 acessos com visualização. Para comemorar e marcar esse primeiro aniversário, compartilho esse texto, novamente, na sequência dessa mensagem.
A todas, todos e todes que dispensaram alguma atenção a textos que divulguei em meu site, meu sincero agradecimento.
E vamos em frente!
Abraços! Saúde e paz!

Diferença bíblica entre alma vivente e espírito vivificado
O cristianismo apresenta a concepção da triunidade de Deus no Pai, no Filho e no Espírito Santo, que constituem o Deus verdadeiro. A autorrealização desse Deus triúno concretiza-se, segundo o pensamento cristão, na perfeita comunhão entre Ele e a criatura humana criada por Deus, a qual também manifesta uma triunidade em corpo, alma (em hebraico, nepesh; em grego, psyche; em latim, anima) e espírito (em hebraico, ruach; em grego, pneuma; em latim, spiritus).
O conceito de triunidade humana é lembrado na oração de Paulo: “E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo” (I Tessalonicenses 5.23).
A narrativa mítico-fundadora em Gênesis 2.7 declara: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente”. O espírito, no conceito bíblico, é o fôlego ou sopro de vida que Deus dá a cada criatura humana. É a partir do espírito de vida que vem de Deus que o ser humano se torna alma vivente. Logo, espírito e alma diferem entre si. O espírito é o dom da vida que procede de Deus.
A alma é a singularidade ou particularidade de cada criatura humana num conjunto de pensamentos, vontades e emoções. No ciclo da vida natural, tudo o que é vivente, em algum dia, morre. Logo, a alma vivente também morre. A doutrina da imortalidade da alma é um conceito oriundo da filosofia platônica, e daí vem a crença de uma alma humana ou de uma psyche (alma, em grego) individual que se imortalize.
Assim, as ideias de espírito e de alma têm sido confundidas. Crenças propagam a imortalidade da alma, que denominam de espírito. Nega-se o entendimento de que a morte da criatura humana também é a morte da alma vivente e imagina-se que a personalidade individual ou alma do indivíduo permaneça viva, com pensamentos, vontades e emoções, e chama-se isso de espírito. Há uma tremenda confusão de conceitos que distorcem as palavras bíblicas para corresponderem aos anseios e à angústia das almas humanas ante sua inevitável finitude.
Ora, segundo a Bíblia, Deus é Espírito, e importa que os que O adoram O adorem em espírito e em verdade (João 4.24). Quando nosso espírito se torna morada e templo do Espírito Santo de Deus (I Coríntios 3.16), esse espírito é vivificado, ou seja, recebe nova vida, nascemos de novo (João 3.3), tornamo-nos novas criaturas (II Coríntios 5.17), somos um com o Pai em espírito (João 17.21), e o mesmo Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Romanos 8.16). Na morte, ao rendermos ou entregarmos esse espírito a Deus, o mesmo se encontra intimamente ligado ao Espírito de Deus Jesus, o Espírito da ressurreição e da vida (João 11.25).
E selados com o Espírito Santo da promessa (Efésios 1.13), nosso espírito está ligado à fonte eterna da vida que é o próprio Deus. Ao contrário, sem que o Espírito de Deus viva no espírito de vida humano, esse mesmo espírito estará mortificado. Rendido ao Pai na morte, será apenas aquilo que foi o espírito de vida de uma alma vivente que agora já não vive mais.
DAMASCENO, Elenilto Saldanha. Diferença bíblica entre alma vivente e espírito vivificado. Jornal VS, São Leopoldo, p. 2, 13 jan. 2011.