O capitalismo é um sistema fundamentado na divisão de classes, na desigualdade social, na exploração do trabalho humano para o enriquecimento de uma elite dominante. Não é por acaso que essa elite, que equivale a 1% da população global, concentra montante de fortuna e bens igual a dos outros 99% da humanidade.
Sob a vigência desse sistema, vivemos, agora, a maior crise humanitária dos séculos recentes. Mesmo assim, o capitalismo não deixará de ser o que é, pois essa crise não é apenas seu resultado, é também sua ferramenta.
O fato é que esse sistema não deu certo. Só “deu e dá certo” para o 1% mencionado anteriormente. O capitalismo consumista e rentista, além de transformar vidas em mercadorias, muitas delas descartáveis, levou-nos ao esgotamento dos recursos naturais e à iminência de um colapso ambiental.
Não há como garantir soluções para a superação dessa crise humanitária. Há como apontar e buscar alternativas. O ecossocialismo democrático, enquanto sistema em que a produção e o trabalho não visem ao enriquecimento de uns poucos através da exploração de quase todos, mas sim à garantia de suprimento igualitário de tudo o que é necessário para a digna existência de todos, desponta como importante alternativa para uma nova cosmovisão na relação com o planeta, em que a preservação dos recursos naturais também seja prioridade.
Há uma contraposição nítida entre esses dois sistemas: a vida sob o controle e a serviço do capital, ou o capital sob o controle e a serviço da vida. O futuro será resultado do presente. Por isso, o ecossocialismo democrático desponta, cada vez mais, como a alternativa para se tentar impedir que as próximas gerações se transformem nas últimas.
DAMASCENO, Elenilto Saldanha. Alternativa ecossocialista. Jornal VS, São Leopoldo, p. 12, 23 abr. 2021.
