No início do século XX, mais especificamente entre 1900 e 1914, período antecedente à Primeira Grande Guerra Mundial , desenvolviam-se importantes movimentos de vanguarda artística na Europa cujas estéticas, posteriormente, consolidariam as características da denominada Arte Moderna. Na Literatura, as tendências dominantes eram o Simbolismo, o Futurismo, o Expressionismo e o Cubismo.
O Simbolismo surgiu na França, em 1857. Tem como seus precursores e expoentes os poetas franceses Charles Pierre Baudelaire, Stéphane Mallarmé, Paul Marie Verlaine e Jean-Nicolas Arthur Rimbaud.
Charles Baudelaire viu a poesia com um fim em si mesma, dissociada da Ciência e da moral. Em seus poemas, a interpretação da realidade exterior e interior é feita através da percepção dos sentidos, de forma sinestésica, e em dimensão transcendente e universal. Baudelaire soube captar sua época e transfigurá-la em linguagem poética, observar o exterior e revelar o interior humano, transformar a interpretação da realidade pelos sentidos, elevá-la e transcendê-la aos planos mítico e universal.
Mallarmé observou princípios semelhantes e ateve-se à expressão conativa, à musicalidade e à sonoridade das palavras, consideradas entidades autônomas e livres para evocação do sublime, das impressões e do ausente. Verlaine também enfatizou os aspectos rítmicos e a musicalidade. Já Rimbaud explorou a poesia como alucinação de palavras e sentidos que não expressam, mas sim criam um mundo não acorrentado a evocações e referências à realidade histórica.
O Futurismo surgiu como movimento estético em 1909, em manifesto do escritor e poeta italiano Filippo Tommaso Marinetti. Os pontos fundamentais da estética futurista são a exaltação da vida moderna, das inovações tecnológicas e do desenvolvimento científico. Estilisticamente, propôs a destruição da sintaxe e a simbiose semiótica entre palavras e símbolos como os matemáticos, musicais e visuais.
O Expressionismo, na Literatura, surgiu em 1910, na Alemanha, com a publicação da revista literária Der Sturm (“A Tempestade”). Como estética literária, fundamenta-se na manifestação ou expressão do mundo interior do artista e na materialização poética de imagens nascidas na psique humana, sem apego aos conceitos vigentes de beleza formal e razão lógica.
O Cubismo, na Literatura, surgiu em manifesto do escritor francês Guillaume Apollinaire, em 1913. Como estética literária, fundamenta-se na aproximação com as várias manifestações artísticas, na exploração dos espaços em branco na construção do texto, na liberdade de uso e de criação de palavras. Estilisticamente, propôs a destruição das sintaxes já condenadas pelo uso, o emprego do verso livre e a negação da estrofe, da rima e da harmonia como pressupostos da criação poética.
