O gesto de maior expressão de amor é o do Deus que se fez carne para cumprir os gestos que somos incapazes de realizar. O Evangelho revela que o Verbo (a Palavra) se fez carne, ou seja, não era carne, no início, nem o será no Reino; aliás, desde a cruz, não o é mais. Deus é Espírito, e importa que seus adoradores O adorem em espírito e em verdade.
O gesto de amor não precede, mas procede do Espírito, é fruto do Espírito de Deus em nós. Não precede, mas procede do conhecimento da Graça na comunhão com o Pai que aperfeiçoa em amor e com amor.
Enquanto obra da carne, o gesto de caridade não passa de religiosidade, não é fruto da fé gerada pelo Espírito. Torna-se semelhante a farisaísmo, à aparência exterior de bem e bondade, e serve para alimentar a vaidade. Que Deus nos ensine a amar com gestos de amor. Que minhas e nossas palavras sejam menos, que os gestos de amor sejam mais, pois exemplos valem mais do que palavras. Que essas palavras, ao menos, levem à reflexão sobre o quanto somos imperfeitos e de que é por Graça que desfrutamos do infinito amor de Deus – Jesus.
Reconheçamos que, muitas vezes, nós, crentes, pregamos sobre um amor que não sentimos, não manifestamos e não vivemos. Que Deus nos transforme e que o Espírito gere gestos de amor que não procedem da carne, gestos de amor que prevalecem sobre palavras e que, inclusive, prescindem delas… apenas silenciosos, raros, solidários e verdadeiros gestos de amor!
DAMASCENO, Elenilto Saldanha. Gestos de amor. Jornal VS, São Leopoldo, p. 9, 16 jan. 2019.
