É incrível como as informações são correlacionadas e induzidas nas redes sociais. Uma simples alteração no LinkedIn, de ativação de interesse por novas oportunidades, fez minha página inicial no Facebook ficar infestada de links (anúncios) de profissionais e serviços de coaching.
Todos temos experiências pessoais e profissionais que podem ser socializadas. Porém, nestes tempos virtuais, o compartilhamento de conhecimentos está associado, muitas vezes, ao interesse de ser bem-sucedido financeiramente. As redes sociais viram networking, e as estratégias de marketing e de persuasão balizam os contatos pessoais.
Através do LinkedIn, recebi mensagem de pessoa desconhecida a dizer que, ao analisar meu perfil, observou características comuns às de franqueados de uma suposta empresa líder mundial no ramo do coaching empresarial, para me oportunizar uma formação com a promessa de faturamento médio acima de 30 mil reais em prazo médio de 12 meses, a partir de investimento inicial de 195 mil reais.
Como não ficar abismado diante dessa profusão de alucinações e picaretagens? Ora, não quero ser coach e nunca precisei de um coach para aprender a ser estudante, profissional, pai, marido, enfim, para organizar minha vida. Precisei, sim, aprender com pais, amigos, professores, colegas de trabalho e através de muita leitura e estudo.
Não precisamos de estratégias de coaching para vivermos e para sermos felizes. Precisamos de amizades verdadeiras, de experiências humanas reais e significativas que ampliem nossos conhecimentos sobre a vida, que nos humanizem, nos irmanem e melhorem o mundo, principalmente para aquelas pessoas à margem da coachingmania.
DAMASCENO, Elenilto Saldanha. Coachingmania. Jornal VS, São Leopoldo, p. 16, 2 jul. 2019.
